Eu tenho medo, de ficar mais de
10 segundos olhando seus olhos, por que toda a vez que fico mais que isso,
tenho medo que eu não queira mais ir embora. Sim, medo. Por que teus olhos tem
afeto, um afeto medroso, um afeto cauteloso, um afeto escondido e confuso.
Ele tem cabelo escuro, e descobri
que gosto de acariciá-los, ele também é inteligente e me faz sorrir
naturalmente, e me faz cócegas afetuosas. E suas mãos, são grandes, parecem que
vão me pegar e me apertar e me prender e não vão me soltar, mas tudo que ele
faz e carinho, sutil, dengoso, doce e amoroso.
Ele não fecha comigo, mas parece
que me completa, e eu me arriscaria a dizer foi um gostar a milhares de
olhares, e eu tenho medo, será que completa mesmo? Tão cedo. Mas ele tem um
quê, tem esse quê, que eu não sei, mas que provavelmente já foi escrito e está
em algum rabisco jogado na gaveta ou talvez em uma melodia já ouvida antes.
Sempre esteve ali.
E ele tem um jeito, de quem quer
se defender de mim, e do que causo nele, ele tenta se disfarçar e nisso eu
consigo a inspiração que preciso pra dizer, que os nossos medos se encontram, e
se chocam, e nós nos chocamos um ao outro, a sai faísca, e falta coragem.
Normal, ele sentir medo da menina que é sorri sempre, normal eu sentir medo do
menino que enfrenta dragões. Mas, é o nosso normal, temos algo nosso, além de
lembranças, e o nosso medo, que aos poucos pode ir se diminuindo, mas que é
nosso, e depois que se for, teremos outra coisa nossa, que será a coragem. E se
não criarmos essa coisa nossa? Nós nos perdemos, perdemos ao pouco.
Piazza, Rochele