-Rochele Alves

quinta-feira, 28 de março de 2013


sensações;

Eita, que semana. É complicado sentir, o que eu estou sentindo. Uma sensação do nada, de não poder fazer nada. Ela se foi, como é a lei da vida. Foi de uma maneira difícil, e para mim, na hora errada, eu queria que os meus filhos a conhecesse, eu queria muita coisa ainda, eu quero mais, muito mais. Mas, nessa vontade incontrolável (e normal do ser humano)  de querer sempre mais, alguns momentos se passaram, quase que intocáveis  e eu nem os vivi direito, nem os curti. E agora não dá mais, é inevitável não sentir o peito apertado, e não chorar. Choro mesmo, choro para afastar os pensamentos, choro para afogar as magoas, choro para aliviar a dor, quase como se fosse um calmante, choro até cansar, choro para tentar matar a saudade, choro para dormir e sonhar, um sonho bom, um sensação de que ela ainda está aqui. Com a primeira, eu era muito pequena, mas já doeu. Na segunda, eu perdi o chão, foi um pedaço de mim que levaram embora, algo que eu tinha como muito minha e demorou para cair a ficha, na terceira foi rápido, foi chocante, foi a sensação de não ter feito nada, PUTA QUE PARIU, EU NÃO FIZ NADA! E todas as três, a sensação de que elas ainda estão aqui, mas cadê elas? Eu não posso vê-las, mas sinto-as com o meu coração. Pena, não poder voltar e parar no tempo, pena que a vida das pessoas que a gente ama são iguais as de qualquer outras, elas também acabam do nada. Não vou te dizer, que consigo levar a minha vida normal, nem que não consigo. Eu continuo como dá, como é para ser, numa rotina, e esperar que aos poucos as coisas vão encontrando um lugar novo para se alojarem. E rezando, para que ninguém mais se vá.


Rochele A.
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