-Rochele Alves

segunda-feira, 1 de abril de 2013


Independência a dois - Saindo da casa dos pais.


Estar no trabalho com a preocupação do que a mãe fez para o almoço? Acabou.

Agora a preocupação é o que farei para o almoço, ou tenho que estender a roupa que deixei lavando antes de sair de casa, recolher as que estão no varalzinho já, fazer um montinho, para passar ( e de tanto esse montinho só aumentar, foram todas para o guarda roupa, e só se passar a roupa na hora de sair) e dobrar e guardar e usar e começar tudo novamente. A 2 anos que levamos (oficialmente) a vida de casados, mas morar atras da sogra era mais simples ( em termos), afinal eu não pagava IPTU. Mas, eu não sai da casa da minha mãe, para ir para outra casa de mãe. Eu sai da casa da minha mãe e encarei várias responsabilidades, eu fazia tudo e mais um pouco que toda mulher casada faz.

Sair de casa, para morar com o namorado, não foi bem o que a mamãe sonhou para a filhinha mais nova dela, muito menos o que a filhinha mais nova dela havia planejado para si. Felizmente, a vida não toma muitas vezes o rumo dos nossos planos, como toda mulher teimosa que a vida é, ela segue o que bem entende, e foi assim que começou o momento em que o coração juntamente com a vida tomavam suas próprias decisões. Mas, eu não me arrependo não, diria com todo prazer, foi umas das decisões mais lindas e arriscada que eu já tomei, afinal, eu não tomei a decisão de ter filhos. 

Então, voltando ao estágio 1 ainda de um casamento, resolvi compartilhar com vocês, um paragrafo do que li no Blog Casal Sem Vergonha, falando sobre quase  o mesmo assunto.

"E tem ainda outro porém – se antes muita gente só saía de casa na hora de casar, hoje o costume se ampliou, desta vez para morar com o namorado, com ou sem papel passado. E aí chega o momento lindo e maravilhoso – tão romântico quanto você sempre sonhou – de decidir quem vai lavar a louça. Ou, nossa, muito pior: quem vai lavar o banheiro. Porque casar é lindo (e é lindo mesmo, a coisa mais linda que eu já fiz nestes meus 25 anos de existência), mas é necessária uma boa dose de abnegação diante de um zilhão de coisas. E cerca de metade dessas coisas está relacionada à convivência diária. Acredite, ouvi falar de registros de brigas homéricas por que ele errou na marca do detergente. É possível. Quanta gente diz que amor nenhum sobrevive à faxina do apartamento!"

Verdade minha gente, tudo verdade, desde a parte do "casar é lindo" até a parte "brigar por causa da marca errada do detergente". Acontece minha gente, entre quatro paredes do seu próprio canto, tudo acontece.

Voltando ao meu casamento, e os 2 anos morando juntos e as aventuras do dia-á-dia. Como havia dito, nós moramos muito tempo atras da casa da minha sogra, num puxadinho, bem bonzinho, mas a necessidade do próprio canto, da verdadeira independência e liberdade, gritava. Então, ai fomos nós, dois jovens de 20 e 21 anos, resolvemos ter a própria conta de luz, o nosso próprio IPTU. É muito bom, mas não nego é complicado, mobiliar o apartamento é complicado, lavar roupa na mão até comprar a máquina de lavar, é complicado, ter sua própria internet é muito bom, aproveitar o domingo agarradinhos na cama, levantando só para fazer a pipoca para ver o filme, o brigadeiro, o miojo, é muito bom, sair a hora que tu quiser, é muito bom. Tem muitas outras coisas que é complicado e muito bom, mas não teria graça eu lhe alertar sobre tudo e não deixar você descobrir os próprios temores e prazeres.

Mas, lhe digo ter o próprio canto é muito bom, as responsabilidades vem, mas os prazeres também, a satisfação pessoal é prazerosa e o desenvolvimento humano é inacreditável. Porém não se iluda, ele sempre vai deixar a toalha molhada encima da cama, do sofá, em outros milhões de lugares, menos no varalzinho para secar, não tente espernear, gritar, brigar e se iludir que você vai mudar isso, por que é da natureza do homem, acho que eles pensam que a toalha no varal não fica muito bem. Sério.

Portanto, estamos nos nossos seis meses e lá vai pedrada, morando no nosso próprio apartamento, eu amo cozinhar, cuidar das roupinhas dele, dormir agarradinho todos os dias, acordar cedo para ir trabalhar. Não é nenhum monstro de sete cabeças minha gente. O verdadeiro monstro é ter 30 anos e viver embaixo da saia da mamãe, com medo de viver!

Beijos
Rô.




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1 comentários:

Michele Martins disse...

Adorei Rô... não vejo a hora de sair da casa da minha mãe, nem precisa ser com namorado, pode ser sozinha mesmo... mas tenho o maldito MEDO.Quem sabe um dia consiga perder =/ Beijos!
http://teoriasfemininas.blogspot.com.br/

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