-Rochele Alves

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


Para ele que enfrenta dragões.

Eu tenho medo, de ficar mais de 10 segundos olhando seus olhos, por que toda a vez que fico mais que isso, tenho medo que eu não queira mais ir embora. Sim, medo. Por que teus olhos tem afeto, um afeto medroso, um afeto cauteloso, um afeto escondido e confuso.

Ele tem cabelo escuro, e descobri que gosto de acariciá-los, ele também é inteligente e me faz sorrir naturalmente, e me faz cócegas afetuosas. E suas mãos, são grandes, parecem que vão me pegar e me apertar e me prender e não vão me soltar, mas tudo que ele faz e carinho, sutil, dengoso, doce e amoroso.
Ele não fecha comigo, mas parece que me completa, e eu me arriscaria a dizer foi um gostar a milhares de olhares, e eu tenho medo, será que completa mesmo? Tão cedo. Mas ele tem um quê, tem esse quê, que eu não sei, mas que provavelmente já foi escrito e está em algum rabisco jogado na gaveta ou talvez em uma melodia já ouvida antes. Sempre esteve ali.

E ele tem um jeito, de quem quer se defender de mim, e do que causo nele, ele tenta se disfarçar e nisso eu consigo a inspiração que preciso pra dizer, que os nossos medos se encontram, e se chocam, e nós nos chocamos um ao outro, a sai faísca, e falta coragem. Normal, ele sentir medo da menina que é sorri sempre, normal eu sentir medo do menino que enfrenta dragões. Mas, é o nosso normal, temos algo nosso, além de lembranças, e o nosso medo, que aos poucos pode ir se diminuindo, mas que é nosso, e depois que se for, teremos outra coisa nossa, que será a coragem. E se não criarmos essa coisa nossa? Nós nos perdemos, perdemos ao pouco.

Mas hoje, eu não queria enfrentar nada, só queria tuas pernas entrelaçadas na minha, com algum filme bobo que sempre botamos e nunca assistimos, só queria teu sorriso perto do meu, e o teu olhar em mim. De afeto.

Piazza, Rochele
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